31/12/2010

O Livro de 2010


A história da América na segunda metade do Século XX. Conspirações, guerras, lixo nuclear, máfia, o sonho americano, JFK, J. Edgar Hoover, Frank Sinatra, Marilyn Monroe, basebol. Uma conclusão que nos deixa a meio do caminho entre a esperança e o desespero: paz.

JP

Que imagem....

O ano está no fim. Amanhã o ano é o outro, não querendo dizer que a vida vai ser outra, ou que os propósito serão outros. Não. As ideias estão cá dentro na mesma, os objectivos continuam os mesmos. Logo, por altura das passas, os desejos, vão continuar os mesmos, os propósitos iguais aos de ontem, aquando das “passas” no cachimbo, em frente ao Mosteiro. Se para o ano, esta imagem se repetir, já me dou por contente. Que imagem! 3 rapazes, cheios de ideias e sonhos a fumar cachimbo, sentados nos bancos de jardim do parque, com o Mosteiro como pano de fundo. Podia ser o início ou o fim de um grande filme.


JoãoG

26/12/2010

Venha Outro

Fazendo uso do vernáculo de James Ellroy, este ano foi para mim uma "wild ride". Estou grato de puder ter ouvido grandes álbuns, ter visto presenciado ao vivo grandes concertos, ter lido grandes livros e de ter visto grandes filmes. Acima de tudo, agradeço o facto de ter tido a oportunidade de conhecer novas e interessantes pessoas e de ter aprofundado a amizade com muitas outras. Se em 2010 a palavra mais utilizada em todo o Mundo foi a malfadada austeridade, no meu caso em particular foi a palavra mudança que mais se apropria ao título de zeitgest anual. Mudança no estatuto social: de trabalhador-estudante, passei a simples trabalhador; Mudança no estatuto profissional: de trabalhador a tempo parcial, passei a trabalhador a tempo inteiro; Mudança no gosto musical: de Arcade Fire-céptico, passei a Arcade Fire-entusiasta. No auto rádio experimentei novos companheiros de viagem: Beach House, Deerhunter e Surfer Blood passaram a fazer parte do cardápio musical. No leitor de DVD aventurei-me na língua alemã: "O Laço Branco" e "A Vida dos Outros" passaram à categoria de filmes imperdíveis. Estas mudanças, ainda que poucas, são contra-balançadas pelas minhas preferências de sempre: Cormac McCarthy está de volta à minha mesa de cabeceira ("Belos Cavalos" foi recentemente republicado), não passo mais de dois dias sem ouvir uma música dos The Strokes, nem deixo de rever o "Annie Hall" e o "Manhattan" de Woody Allen. O que também não mudou foi a minha admiração pelo espírito crítico da blogosfera portuguesa, tendo ao longo deste ano visitado e revisitado blogues imensamente criativos: podem atestar isto mesmo na coluna à direita.

Bem, não interessa que filmes vos deixaram com uma lágrima no olho ou com um sorriso nos lábios, ao som de que músicas é que dançaram, ou que livros vos levaram numa viagem. O que interessa é que tenham feito exactamente todas estas coisas.

JP



20/12/2010

Blur 2011





Só para avisar que os Blur podem estar a agendar um regresso aos álbuns em 2011. Segundo declarações de uma fonte não identificada ao jornal The Sun, a banda já tem marcado estúdio para Janeiro e o disco poderá sair no final do próximo ano.

David P

14/12/2010

Boas Surpresas.




Uma das bandas que me surpreendeu este ano foram os Jenny & Johnny. Pude ver esta banda a actuar ao vivo na 1ª parte dos Vampire Weekend no Coliseu do Porto e fiquei verdadeiramente rendido a este grupo de Los Angeles.
David P

12/12/2010

Sobre a Exclusão

Não me poderia despedir de 2010 sem fazer uma breve menção a um pequeno e maravilhoso livro que descobri este ano. Falo acerca de "Sempre Vivemos no Castelo" de Shirley Jackson. Li-o numa viagem que me levou do Porto a Mina de S. Domingos (concelho de Mértola), e graças a ele compreendi algo mais sobre a exclusão.

Esta obra, editada em 1962, centra-se na vida de Mary Katherine "Merricat" Blackwood, uma jovem de 18 anos que vive numa pequena vila dos Estados Unidos juntamente com a sua irmã mais velha, Constance, e com o seu tio idoso, Julian - os únicos que sobreviveram ao trágico envenenamento da família Blackwood. Os primeiros parágrafos consistem numa apresentação, distante dos cânones e na primeira pessoa, de Merricat, uma jovem no mínimo peculiar. Acompanhamos Merricat numa das suas idas semanas à vila, e cedo nos apercebemos que a maioria dos habitantes da vila há muito tempo que excluiu os sobreviventes da família Blackwood daquilo que vagamente designamos de comunidade. Muitas questões despontam sobre as razões que levaram a esta ostracização, e é este mistério que funciona como fio condutor da narrativa. Para além da estória, contada de uma forma magistral por Jackson, é de sublinhar a componente moral desta obra escrita nos anos pós Segunda Guerra Mundial. A autora consegue sublimar para o papel o sentimento de hostilidade dirigido aos intelectuais, e aos judeus, que a própria sofreu aquando da sua mudança para o meio rural norte-americano (estado do Vermont).

Actualmente, em Portugal, talvez vivamos uma situação parecida, só que no nosso caso é a crescente desertificação do Interior que coloca quem ainda vive nas aldeias numa situação de exclusão. Entre o Porto e Mértola tive a oportunidade de ver desfilar diante dos meus olhos um país de contrastes. A paisagem ia-se modificando à medida que eu descia pelo Litoral do país, mas foi somente quando deixei a costa e fui para o Interior que me dei conta da disparidade entre estes dois mundos. Más estradas e infraestruturas públicas, baixa densidade populacional e uma insuficiente rede de apoio social, a par com o demarcado envelhecimento da população, fazem de muitas aldeias locais de solidão. O meu coração, neste Natal, está com todos aqueles que sobrevivem no abandono.

Christina's World de Andrew Wyeth


JP

11/12/2010

Nos dias que correm as massas é que mandam, a expressão da individualidade é algo complicado.
No outro dia disseram-me que a emergência das redes sociais em que pessoas publicam as suas músicas favoritas, falam sobre os seus filmes favoritos, dizem o que vai de mal no seu pais e fazem uma piadola sobre o resultado do seu clube de futebol é uma ferramenta para esta afirmação de personalidade e individualidade.
Eu, que percebo muito pouca coisa sobre muito pouca coisa, discordo, a expressão da nossa individualidade através de coisas que outras pessoas idealizaram, pensaram e fizeram parece-me estranha.
Estou sentado num café cheio de fumo em que a idade media dos seus clientes é de 61 anos, fala-se ao longe do estado das estradas e ve-se o jogo da bola num sabado descomplicado enquanto se bebe cerveja e vinho espirituoso..o estranho é que mesmo estando num sitio que não me diz nada..quer dizer estou aqui sozinho a fumar o meu cigarro e a beber algo que nao devia estar a beber..e mesmo assim nao há outro sitio onde preferia estar..

escrevi isto sem o mínimo cuidado com a acentuação..foi de preposito, é aquilo da expressao da individualidade..isso ou não quis tar com o trabalho!

06/12/2010

Um Ano à Coronas

O nosso blogue faz hoje um ano de vida. Foi um bom ano para Os Coronas. Da minha parte confesso que criar este blogue juntamente com os meus três melhores amigos, foi uma das melhores coisas que me aconteceram. Nem sempre fomos muito prolíferos, nem sempre fomos politicamente correctos, mas fomos sempre sinceros nas nossas opiniões e nos sentimentos que expressamos. Desejamos permanecer sempre sinceros, e esperamos acima de tudo permanecer gratos a todos os nossos amigos e leitores que nos acompanharam ao longo destes 365 dias.


Se a única oração que um homem fizesse em toda a sua vida fosse apenas dizer "Obrigado", isso seria o suficiente.

Obrigado,

JP

Ao 1º Domingo de Dezembro

Não consigo. Não dá. Já foi à tanto tempo que até perdi a conta. Está a ser dificil, e as noites longas perdidas em filmes e música não ajudaram. Lá se meteu um Gabriel Allon acabado de sair e encosta-se este. Mas boas noticías. Caro Thomas, a tua Montanha Mágica e o teu querido Hans Castorp estão a conseguir cativar-me (eu sei que esta chuva ajuda) e o fim -seja lá o que isso for- está a chegar…

JoãoG

30/11/2010

Sr. José, o melhor tasco do mundo.

Uma das series televisivas que mais gostei de ver foi Cheers que passava na Sic Comédia. Neste bar juntavam-se diariamente um grupo de amigos que falavam das mais variadas coisas, de desporto, politica, música, cinema, sempre num ambiente relaxado, amistoso e com bom humor á mistura.

Nós também temos um Cheers em que nos costumamos juntar, e como o nosso blogue está a fazer este mês um ano de bons posts, não poderia deixar passar em claro o lugar a quem se deve a existência deste espaço.

O café Vilalva mais conhecido como o café do Sr. José, conseguiu ao longo de dois anos juntar-nos quase diariamente. É o único tasco em Santo Tirso em que se pode pedir 1 € de whisky com a mesma facilidade e naturalidade com que se pede uma chávena de chã de cidreira.

Foi neste café onde surgiu a ideia de iniciarmos o blogue, de criar a Associação PISTA (Plataforma Intervenção Tirsense Activa) que já tem sede e já está a trabalhar a 100%, o concerto que vamos realizar no próximo ano com as melhores bandas de roque português, que de mero sonho hoje é já uma realidade, e a mítica viagem que vamos fazer, também no próximo ano num Volvo de 1959 que irá ligar Santo Tirso a Trieste (Santo Tirso; Madrid; Barcelona; Cannes; Génova; Veneza; Trieste).

Se não fosse este lugar e a simpatia e simplicidade deste antigo contrabandista de tabaco da raia do Sabugal nada disto teria surgido, por todas estas razões um muito obrigado Sr. José.

David P

28/11/2010

Die Traumdeutung

Quem me conhece sabe que eu tenho um interesse especial pelo sono e pelo sonho. Em primeiro lugar, gosto de dormir. Muito. Em segundo lugar, sempre tive uma enorme curiosidade pelo mecanismo do sonho. Para um psicanalista, os sonhos e os pesadelos são projecções dos nossos desejos, medos e obsessões, que estão recalcados no inconsciente e que, durante o sono, ascendem ao nível do subconsciente. Devo admitir que concordo em parte com a teoria psicanalítica, pois só assim se explica o facto de eu frequentemente sonhar com um concerto em Santo Tirso que reúna as minhas bandas lusas favoritas: ver aqui e aqui. Explica também que, em noites mais atribuladas, eu tenha um pesadelo recorrente, que vai mais ou menos assim: encontro-me amarrado a uma cadeira, com as pálpebras repuxadas por fita-cola, enquanto são transmitidos numa televisão os directos da "Casa dos Segredos".

Ainda sobre sonhos é o mais recente filme de Christopher Nolan, "A Origem". Este realizador, que já nos habituou a excelentes filmes (ressalto o magnífico "Memento" e "O Terceiro Passo"), regressa com uma película que poderia muito bem ser apelidada de Wachowskiana. A trama é um pouco complexa: num futuro próximo será possível partilhar sonhos e até mesmo construir mundos à nossa medida enquanto dormimos. O grande problema é que esta tecnologia torna os seres humanos vulneráveis a ladrões de pensamentos, ideias, receitas de bacalhau e outros segredos. Estes ladrões, dos quais Leonardo DiCaprio é o catedrático, ganham o seu dinheiro fazendo espionagem industrial até que lhes é proposto que consigam inseminar uma ideia na mente de um herdeiro bilionário. Quanto à moral do filme, resume-se a adverter o espectador para o perigo de preferir os sonhos à realidade. Contudo, algumas excepções impõem-se, pois eu prefiro qualquer sonho a reality shows - e aqui entra, uma vez mais, a "Casa dos Segredos". Mais entretenimento que propriamente cinema "que dá que pensar", o filme vale pelos seus efeitos especiais e por Ellen Page, essa sim, uma actriz de sonho.



Boa noite a todos,

JP

Geração do corneto

Meus amigos como eu tenho saudades do corneto de limão!!

21/11/2010

Il Gattopardo


O Livro


G. Tomasi di Lampedusa apenas escreveu um romance em toda a sua vida. Esse romance relata-nos o período conturbado do Ressurgimento italiano (a unificação da Itália), centrando-se numa família da aristocracia siciliana que vê o seu estatuto ameaçado pela revolução de Garibaldi ."Il Gattopardo" que dá nome ao livro é o cognome de Don Fabrizio, Príncipe de Salina, o patriarca da ilustre família. Este velho "sangue azul" é uma das melhores personagens da história da literatura. Capaz tanto de demonstrar a maior das sensibilidades, como de ser tão obstinado como um verdadeiro siciliano, o Leopardo não deixa ninguém indiferente. De gostos simultaneamente intelectuais - a astronomia; e rústicos - a caça; Don Fabrizzio é um homem ecléctico. Intenso, tanto nas suas suas virtudes como nos seus defeitos e deliciosamente anacrónico - como um daguerrótipo ou uma relíquia poeirenta que ainda conserva o brilho da sua glória passada. Para além da intensidade do seu carácter, a firmeza da sua identidade também mexe com o leitor. Face às transformações da sociedade, o Príncipe mantém-se fiel ao legado da sua família, chegando a recusar um lugar de destaque no Governo da nova Itália para não trair a sua anterior afiliação com a casa de Bourbon e com o Reino das Duas Sicílias. Neste livro singular, Lampedusa aborda temas como fim do antigo sistema de classes, a democracia , a tradição e erosão moral. Ao longo do texto somos ainda confrontados com o choque entre a nobreza em decadência e a burguesia em ascensão, entre a nostalgia de Don Fabrizzio e o fulgor do seu sobrinho revolucionário, Don Tancredi. Para além destes, Lampedusa criou um rol de personagens inesquecíveis, das quais destaco Angélica: uma deusa de olhos verdes que suscita a mais arrebatadora das paixões no coração de Tancredi e no de seu tio, Don Fabrizio.

Lampedusa apenas escreveu um romance em toda a sua vida. Foi o suficiente.

O Filme

Em 1963, Luchino Visconti apresentou ao mundo a sua adaptação ao cinema de "Il Gattopardo". O carismático Don Fabrizio foi interpretado por um não menos carismático Burt Lancastar. O filme teve ainda a participação de Alain Delon, no papel de Don Tancredi, e da belíssima Claudia Cardinale no papel de Angelica. O filme faz justiça ao livro. Para a história fica a cena do baile, um expoente hipnótico de elegância.

Visconti realizou vinte filmes em toda a sua vida. Foram os suficientes.




JP

16/11/2010

Música para o frio.

Com a chegada do inverno não precisamos só de cachecóis e casacos para nos proteger do frio. Esta é daquelas músicas que nos aquece por dentro e nos faz sentir bem depois de um dia inteiro a trabalhar.




David

13/11/2010

Postal Abrupto, nº 2

Sôbolos rios que vão
por Babilónia, me achei,
Onde sentado chorei
as lembranças de Sião
e quanto nela passei.
Ali, o rio corrente
de meus olhos foi manado,
e, tudo bem comparado,
Babilónia ao mal presente,
Sião ao tempo passado.

"Redondilhas de Babel e Sião" por Luís Vaz de Camões

07/11/2010

A Drave

Perdida num vale esquecido, numa serra pouco conhecida, num antigo império. Foi exílio de indigentes, abrigo de contrabandistas e refúgio de pastores. A Drave, freguesia remota e abandonada do concelho de Arouca, tem uma beleza desoladora. Não tem estradas asfaltadas, nem luz eléctrica, nem aquecimento central, mas nela há um fogo que não se apaga. Os portadores da chama vêm aos fins-de-semana; e há algo deles que fica lá para sempre.



Foto da Daniela


JP

Postal Abrupto, nº 1

Clay lies still, but blood's a rover;
Breath's a ware that will not keep.
Up, lad; when the journey's over
There'll be time enough for sleep

"Reveille" por A.E. Housman

02/11/2010

Nostalgia Precoce

Ontem à noite, enquanto via o "Scott Pilgrim contra o Mundo", tive um acesso de nostalgia. Estranhamente, senti que os últimos 5 anos passaram num bater de coração. Imagens difusas, como o baile de finalistas, o primeiro dia na universidade, as noites da Queima das Fitas... Tudo isto se iluminou na minha memória. Gostaria de reviver alguns destes momentos, mas sei que já não teriam o mesmo gosto. Ficaram as fotos, as músicas, as palavras escritas e ditas, os suspeitos do costume que me acompanharam durante este caminho. Apuro os sentidos, levanto a cabeça: o presente e o futuro são um desafio.


JP

Lisbon-Porto-Noite

The Walkmen. eles vem cá, que é como quem diz, vem cá a Portugal, vão lá a Lisboa. Pena. Deviam vir ao norte, porque a música deles deve ser brindada com Super Bock e vinho do Porto. A voz é cantada triste como o tempo que cá - no Norte- se faz sentir. As noites parecem mais escuras e o frio veio para ficar. Ontem, em conversa com os suspeitos do costume, falava do livro do Murakani que li (AfterDark). Dizia eu, que era um livro sobre a noite e sobre a solidão.
Um bom Novembro a todos.


JoãoG

31/10/2010

30/10/2010

Le Gordon Gekko (1987)

Ingredientes:

2/5 de Inteligência;
3/5 de Ganância;
200 Gramas de Vaidade;
300 Gramas de Ambição;
Arrogância q.b.

Modo de Preparação:

Retirar todo e qualquer vestígio de escrúpulos. Misturar bem os ingredientes e servir num fato Hugo Boss. Acompanhar com um bom champanhe e um charuto cubano.

Voilá
, está pronto:


JP

26/10/2010

Guerra Sem Fim


Dexter Filkins pertence àquela categoria de homens com "tomates", da qual o fotógrafo João Silva também faz parte. Perdoem-me o calão, mas à falta de melhores palavras escrevo a mais sincera. Ao ler o seu "Guerra Sem Fim" senti-me pequenino. Pequenino por dar comigo a pensar que não aguentaria testemunhar a morte, o absurdo da guerra, o horror. Pequenino por dar comigo a pensar que dificilmente trocaria o conforto do meu lar por uma casa de lama no Afeganistão, ou por um prédio devoluto no Iraque para relatar duas longas guerras. Questionei-me sobre as motivações por detrás da perigosa profissão que Filkins escolheu e cheguei a uma conclusão. Para este jornalista, a verdade, a liberdade e a dignidade do ser Humano suplantam a comodidade, dão-nos força na adversidade e sentido à vida. Para além da prosa certeira e da seriedade dos factos, o que é extraordinário neste livro são as pessoas nele descritas. No meio do turbilhão de violência conhecemos vidas de enorme coragem e determinação face às inúmeras adversidades. A vida destes Afegãos e destes Iraquianos, e a sua sede por liberdade foram para mim uma inspiração. A Filkins agradeço ter relatado a verdade.

Não sei quanto tempo mais vai durar a Guerra. O meu único desejo é que a Paz venha em nossos dias.

JP

25/10/2010

João Silva

Dos quatro, (Bang Bang Club) foi João Silva, educado em Portugal e imigrado na África do Sul, quem escolheu a profissão com a maior clareza: queria cobrir guerras. Ponto.
JoãoG

17/10/2010

Porque nem só de Voz, Guitarra, Baixo e Bateria vive um Homem, nº 2

Porque nem só de Voz, Guitarra, Baixo e Bateria vive um Homem, nº 1

Viajar com Werner Herzog


Se ler um livro é a forma mais barata de viajar, ver um documentário de Werner Herzog só pode ser a segunda forma mais barata de viajar. Através da câmara de Herzog já admirei as neves "eternas" da Antárctica a partir do cume do Monte Erebus, observei os ursos Grizzly do parque nacional de Katmai no Alasca e planei sobre a floresta virgem da Guiana. Com engenho e inovação, este realizador alemão consegue captar a essência de locais inóspitos tal como Woody Allen consegue retratar o frenesim de Nova Iorque. Os seus filmes não seguem convenções, os protagonistas são na sua maioria anti-heróis, a loucura do Homem e a sua relação conflituosa com a Natureza são temas recorrentes. Numa das mais famosas parcerias do cinema, a dupla Herzog-Klaus Kinsky, revelou-nos personagens sinistras mas irresistíveis, como Don Lope de Aguirre e Cobra Verde. Por todas estas razões, a obra de Werner Herzog é um cruzamento bem sucedido entre o Discovery Channel e a literatura de viagem de Bruce Chatwin. Hoje mesmo vou ver Bad Lieutenant: Port of Call - New Orleans, ou, melhor ainda, vou comprar um bilhete rumo a Nova Orleães na ressaca do furacão Katrina.

JP

15/10/2010

"Não estamos cansados"

Manifestações nas ruas de Paris, contra questões como a reforma das pensões e o aumento da idade de aposentação.
Fotografia:Eric Gaillard


JoãoG

12/10/2010

Rally to Restore Sanity

Deixo aqui o manifesto do "Rally to Restore Sanity" organizado pelo grande John Stuart.

“I’m mad as hell, and I’m not going to take it anymore!”

Who among us has not wanted to open their window and shout that at the top of their lungs?

Seriously, who?

Because we’re looking for those people. We’re looking for the people who think shouting is annoying, counterproductive, and terrible for your throat; who feel that the loudest voices shouldn’t be the only ones that get heard; and who believe that the only time it’s appropriate to draw a Hitler mustache on someone is when that person is actually Hitler. Or Charlie Chaplin in certain roles.

Are you one of those people? Excellent. Then we’d like you to join us in Washington, DC on October 30 — a date of no significance whatsoever — at the Daily Show’s “Rally to Restore Sanity.”

Ours is a rally for the people who’ve been too busy to go to rallies, who actually have lives and families and jobs (or are looking for jobs) — not so much the Silent Majority as the Busy Majority. If we had to sum up the political view of our participants in a single sentence… we couldn’t. That’s sort of the point.

Think of our event as Woodstock, but with the nudity and drugs replaced by respectful disagreement; the Million Man March, only a lot smaller, and a bit less of a sausage fest; or the Gathering of the Juggalos, but instead of throwing our feces at Tila Tequila, we’ll be actively *not* throwing our feces at Tila Tequila. Join us in the shadow of the Washington Monument. And bring your indoor voice. Or don’t. If you’d rather stay home, go to work, or drive your kids to soccer practice… Actually, please come anyway. Ask the sitter if she can stay a few extra hours, just this once. We’ll make it worth your while.



David

"Don't Think Twice, It's All Right" by Bob Dylan


JoãoG

03/10/2010

Tempo Livre, nº 3

Tempo Livre, nº 2

Tempo Livre, nº 1


JP

Ontem à Noite


Fui ver os U2 a Coimbra com mais dois Coronas. Consegui o bilhete poucos dias antes do concerto e confesso que não estive a suster a respiração até à grande data. Contudo, no momento em que a banda entrou em palco ao som de "Space Oddity" do David Bowie senti uma estranha convulsão interior. De repente, lembrei-me do tempo em que descobri o gosto pela música rebuscando os velhos discos dos meus pais, entre os quais se encontravam o "Joshua Tree" e o "Achtung Baby". Do tempo em que ouvia roque pelo roque, sem análises fenomenológicas (tens razão MLP). Ao mesmo tempo senti-me envergonhado, pois nos últimos anos remeti estes rapazes de Dublin para o baú das velharias musicais, enquanto me foquei em ouvir bandas do indie roque e a experimentar outras sonoridades (algumas delas muito boas, entenda-se). A vergonha levou-me à indignação. Alguns críticos musicais são hipócritas, condenando toda e qualquer banda que atinja um estatuto planetário como os U2. Aparentemente não suportam que um grupo de 4 amigos consiga, ao final de 30 anos de carreira, pôr 42 mil pessoas a cantar em plenos pulmões músicas de sempre. Polémicas à parte, o concerto de ontem foi para mim o melhor do ano. Os U2 mais uma vez não desiludiram os seus fãs, revisitando canções como "I Will Follow" "Where the Streets Have No Name" e "One". Alguns temas mais recentes como "Magnificent" e "Get on Your Boots" fizeram igualmente furor, provando que a banda ainda tem algo para dar no plano criativo. A juntar-se à qualidade da música, do espectáculo visual, das mensagens de cariz humanitário e da comunhão entre a banda e o público, fomos ainda presenteados com um Bono em grande forma. O homem pode ter um grande ego, mas garanto-vos que esse ego é proporcional ao seu talento, ao seu profissionalismo, à sua vocação. Bono entrou a entoar "Briosa!" cumprimentou o público com um "Olá! Tudo bem?" e pediu ao pessoal de Braga, Lisboa, Porto e Coimbra que manifestassem a sua presença. Durante o concerto não parou de interagir com os presentes, correndo, dando socos no ar e balançando-se no cabo de um microfone suspenso. Todos estes pormenores fazem a diferença, levando-nos a concluir que os U2 interessam-se pelos seus fãs, pelo país em que estão a actuar e esforçam-se por oferecer um espectáculo memorável. Esta foi então a melhor retribuição para todos aqueles que pagaram bom dinheiro pelo bilhete ou que estiveram 48h numa fila à porta da Fnac, há um ano, para garantirem a sua presença. Veredicto final: o público rendeu-se à banda e a banda rendeu-se ao público, prova disto está na despedida, ao som de "Moment of Surrender".

JP

23/09/2010

A Mulher



Escrevo isto sentado na minha mesinha, num andar em que há outras 300 mesas como está e outros tantos computadores..não sei porque às oito e quarenta e tres da manhã, já a pé à mais de duas horas deu-me para isto...escrever sobre mulheres!

Todas as conversas que já tive sobre mulheres foram iguais...iguais digo-vos eu!! diz-se as mesmas coisas, carpem-se as mesmas mágoas..insulta-se aqui e ali..diz-se que elas são um ser admirável e que apesar de terem sido apartir da costela do homem são a razão pela qual o homem existe(versão creacionista do artigo) e ao mesmo tempo diz-se que são todas iguais..diz-se a um amigo que está mais em baixo "ela não te merecia pá!"...

Croucho Marx disse "Anyone who says he can see through women is missing a lot." desculpem-me não traduzir mas nisto das citações todo o cuidado é pouco...e a verdade é que o gajo tem razão..acho eu!!, eu não faço nunca a minima ideia do elas pensam..nenhuma..não vou dizer que elas são de um planeta diferente...mas quer dizer, se as mulheres fossem um rádio AM o homem seria um FM (comparação requintada)..e é esta complicação, este indecifrável que é bom, interessante..dizemos nós que gostamos de pessoas que não compliquem, mas é aquela dificuldade relacional, aquela confusão sentimental que junta um bocado os pontinhos...


Um corona



19/09/2010

Arraial Português

Uma grande canção e um dos melhores vídeos musicais que Os Coronas já viram. "Vá Lá Senhora" d' Os Golpes:




JP

18/09/2010

Vício Intrínseco

O mais recente livro de Thomas Pynchon vai ser editado em Portugal pela Bertrand no próximo mês de Outubro sob o título Vício Intrínseco.

Aqui fica o vídeo promocional. A voz é a do próprio Pynchon, a música - Interstellar Overdrive - é dos Pink Floyd.



JP

Frase do Dia

"There are those that advocate that the voice of religion be silenced, or at least relegated to the purely private sphere. There are those who argue that the public celebration of festivals such as Christmas should be discouraged. These are worrying signs of a failure to appreciate not only the rights of believers to freedom of conscience and freedom of religion, but also the legitimate role of religion in the public square."

Papa Bento XVI, em Inglaterra, acerca do papel da religião na sociedade.

Correcções & Liberdade


Os meses de Setembro e Outubro são por tradição os mais importantes no que toca a lançamentos literários. Apraz-me dizer que a reentré literária de 2010 é das melhores a que já assisti. Entre as novidades, o meu enfoque vai para uma aposta da editora D. Quixote.

Da chancela do grupo literário Leya (aka "Random House lusa"), destaco a reedição de Correcções, a obra-prima de Jonhatan Franzen, vencedor do National Book Award de 2001.

O livro de Franzen serve como aperitivo para a nova sensação literária que varre os EUA (ver aqui) e que será editada em Portugal na Primavera de 2011. Correcções retrata a vida na América durante os últimos anos do século XX, sublinhando as implicações da Internet, da cultura pop e do mundo globalizado (entre outras modernidades) na vida de uma família que tenta a todo custo funcionar como uma família. Pelo que já li, Freedom, a mais recente obra de Franzen, é sobre a vida na América durante os primeiros anos do século XXI, sublinhando as implicações de tudo o que foi citado no livro anterior mas juntando-lhe novos elementos - as alterações climáticas, o mundo pós 11 de Setembro e... o Facebook. Brincadeiras à parte, parece-me que o autor tem um olhar clínico sobre a contemporaneidade, oferecendo ao leitor um reflexo fidedigno sobre os tempos em que vivemos. Tempos estes em que uma pessoa pode ver em sequência, e no Youtube, as notícias de um atentado em Bagdad e o novo vídeoclip da Lady Gaga.

Concluindo, Franzen perpétua a tradição do Great American Novel, sem medo de nos demonstrar o quão esmagadora a vida se tornou.

JP

Joaquin Phoenix

Quando vi o Joaquin Phoenix no David Letterman completamente alucinado a dizer que se ia dedicar a uma carreira de rapper, não quis acreditar.

Agora sim está tudo explicado.

David

17/09/2010

Durante a semana



Li pela primeira vez Haruki Murakami. Li o After Dark-Passageiros da Noite. É uma estória passada durante a noite. Põe o leitor atrás de uma câmara de filmar e fá-lo seguir as aventuras dos protagonistas, estejam eles a dormir, num café durante a madrugada a ouvir jazz, num motel a confessar-se à gerente, ou na rua a falar do futuro.
Vi esta semana Ondine, com uma Alicja Bachleda fantástica, demasiado até, com um Collin Farrel humilde e nada badass e Sigur Rós a acompanhá-los.
No After Dark-Passageiros da Noite, os Sigur Rós também podiam tocar, que ficava bem na mesma.
JoãoG

08/09/2010

Autocarro

Hoje no autocarro ouvi isto:

(Uma senhora ao telemovel)

-quando chegar a casa quero-te ver com as malas feitas e prontinho para te passares ao c*ra*ho..não, não vale a pena chorares...

HP

06/09/2010

It's Only Rock 'n' Roll (But I Like It)


Falar do dia de ontem sem um sorriso nos lábios é impossivel. 2 horas de viagem até à Galiza para ver os enormes Arcade Fire. A enchente que se previa, não chegou a acontecer. Ambiente bom, cerveja cara e miúdas giras. The Tempre Trap, a segunda banda do dia, a seguir a uma banda local, conseguiram dar um bom espectáculo com Dougy Mandagi a cantar tão bem, como no disco (com aquela voz limpa e afinada ), apesar das partidas que o sistema de som lhes pregava. Echo and the bunnyman, entrou e saiu de casaco e capuz na cabeça, mesmo com o calor que se fez sentir durante o dia todo em Compostela. Passemos esta personagem e falemos dos 7 senhores que ontem espalharam magia pelo monte do gozo. Eles são os Arcade Fire e a noite, perdão, o dia foi todo deles. Ready to start a abrir e Wake up a fechar. No meio apresentaram algumas músicas do novo albúm, mas foram os grandes singles dos dois anteriores discos (que mais fizeram dançar e saltar o público - e a mim também pois claro. Há muita energia a sair daquelas vozes, muito amor e muita revolta.
No fim da noite só uma certeza, Arcade Fire está no top 5 das melhores bandas de Rock do momento..
Como cantavam os Stones, no caminho para casa: I know, It's Only Rock 'n' Roll (But I Like It)!!
JoãoG

31/08/2010

Pelos Subúrbios

Os Arcade Fire vão estar este próximo fim de semana em Santiago de Compostela a apresentar o último album Suburbs, a entrada é livre.

David

30/08/2010

Tavira



Acabaram-se as tardes sentadas no alto do castelo a observar a Ria Formosa e as noites em que me sentava no terraço com o meu irmão a observar o rio Gilão, as idas á praia as miúdas em biquini e os finos bem tirados pelo sr. António, que não sei se pelo calor ou pela disposição tem um sabor completamente diferente aos que estou habituado a beber, acabou-se o bife de atum do Xico, as histórias do Luis da sua caça aos javalis e dos seus 70 cães de caça e também os mergulhos do paredão do clube de vela.
Resta-me agora apenas o conforto de para o ano irremediavelmente regressar a esta cidade onde as pessoas me fazem sentir aconchegado e nos dão uma sensação inigualável de segurança, pertença e acima de tudo de paz.
David

26/08/2010

Elvis 1.0

Custa-me perceber algumas taras, contudo abro excepções. Nomeadamente esta:




Elvis Presley é "the one and only", mas será que não existe um Elvis 2.0 ? A minha melhor aposta é este sr. aqui em baixo:



JP

25/08/2010

Pausa no estudo

Chan Marshall escolheu por Power no seu nome musical. Não vemos músicas barulhentas com guitarradas sónicas e baterias desconcertantes (não é que seja mau, atenção). Mas as músicas que ela escolhe interpretar são de uma intensidade… A que ela fez em homenagem ao Bob Dylan é a melhor. O amor que ela demonstra a um dos maiores gajos da musica é de uma beleza incrível. Só ela sabe prolongar as palavras, naquele lamento musical, fazendo -por breves instantes- lembrar Buckley. Estuda-se e Cat Power aparece na playlist.



JG

O verdadeiro 00


O verdadeiro 007 hoje faz anos..


HP

24/08/2010

Uma menina albina de 11 anos foi morta a tiro na Suazilândia, num crime que a polícia acredita estar relacionado com rituais de bruxaria.
A menina estava a lavar roupa num rio com um grupo de amigos quando um homem, que vestia uma balaclava - um género de gorro ninja que tapa a cabeça deixando apenas os olhos à mostra - a tentou agarrar.
Em frente às restantes crianças, o homem baleou a menina nas costas, levando consigo o corpo que acabou por ser descoberto no rio horas mais tarde, conta a notícia avançada pelo jornal "Telegrapah". Também no início deste ano outra criança albina de 11 anos foi morta perto da mesma zona. O cadáver acabou por aparecer sem uma das mãos.
As autoridades locais acreditam que ambas as mortes estão relacionadas com rituais de bruxaria, uma vez que existe uma crença relacionada com o uso de cadáveres albinos - pessoas que sofrem de falta de pigmentação nos olhos, cabelo e pele - em feitiçarias.
Tráfico de albinos
De acordo com as autoridades da Suazilândia, os praticantes de magia negra fazem negócio recorrentemente com traficantes de seres humanos, como o queniano que esta semana foi condenado a 17 anos de prisão na Tanzânia por tentar vender um albino a um curandeiro.
No passado dia 28 Julho, um tanzaniano de 50 anos foi condenado à morte pelo assassinato de uma menina albina. O homem foi apanhado em flagrante a beber o sangue da criança, após tê-la morto.
A imprensa da Tanzânia afirma que dezenas de albinos foram assassinados no país desde 2007 devido às crenças religiosas dos feiticeiros, que afirmam que as suas poções feitas com sangue, pele e outras partes do corpo de quem sofre de albinismo são mais eficazes para resolver problemas de relacionado com amor, saúde e dinheiro

Fonte: Expresso

Como diria um senhor que conheço, anda tudo fódido da cabeça..

HP

19/08/2010

sobre a vontade

Tenho uma vontade enorme de falar destes últimos dias. Apartir de amanhã as coisas vão mudar, os hábitos, os horários, as actividades. Começa uma nova etapa de estudo e por isso preciso do melhor a acompanhar. Arcade Fire, Mumford and Sons e Samuel Úria andaram a tocar na minha cabeça durante estes dias no campo. Os dois primeiros, só deram vontade de sair a correr pela paisagem fantástica que são os montes de Montalegre. Correr de pés descalços, com os campos amarelos do feno, de um lado e do outro. Já Úria cantei-o para mim mesmo, de braço de fora da carrinha, enquanto me guiava pelas estradas transmontanas.
Tenho vontade de servir. Servir faz-me sentir bem, faz-me sentir vivo e útil. E a música ajuda de caraças...

"Chegou um tempo em que não adianta morrer. Chegou um tempo em que a vida é uma ordem. A vida apenas, sem mistificação."
Carlos Drummond de Andrade


JG

10/08/2010

Ao pôr-do-sol


Uma palavra ressoa através da planície Alentejana e repousa no meu coração.
Paz.

JP

09/08/2010

O que é ser escuteiro

Sei que este é um blog dedicado à música rock à literatura e à sétima arte, mas desta vez vou postar uma coisa diferente.

Vão ficar a saber o que é para mim ser escuteiro. Este é o primeiro de alguns posts que vou fazer sobre o escutismo, onde irei falar das minhas experiências e dos mais diversos temas escutistas. No próximo post aviso desde já que irei aprofundar o polémico artigo 4 parágrafo 2 do ACAREG.
Depois de ter snifado este último fim de semana (ACAREG) alguns quilos de terra, senti-me inspirado e decidi escrever isto.

Como alguém me disse há muito tempo, existem três opções na vida: Ser Bom, Melhorar ou Desistir.

Se há coisa que o escutismo me ensinou ao longo da vida, e que de certa maneira me moldou e fez de mim a pessoa que sou hoje, foi ensinar-me a nunca desistir do que quer que fosse, a pensar em novas soluções, ser criativo, dizer o que está bem e o que esta mal, a ser responsável, a participar, a intervir, a ser activo e empreendor, a estar alerta atento e preocupado com as pessoas que me rodeiam, a nunca atirar a toalha ao chão e querer fazer sempre mais e melhor, ter ambição vontade e ser solidário, a lutar com os meus amigos para fazer deste sítio um lugar melhor.

(Continua...)

David

02/08/2010

A passada semana

5 dias, 4 tendas, 62 putos, 7 adultos, 2 massagens, 1 piscina. Muitos jogos, uns óculos de sol partidos, passeios por jardins, Ornatos e muita mais música. A passada semana, foi mais ou menos assim.


JG

Feliz Aniversário

Hoje o David está de parabéns. Como prenda, deixamos aqui uma música (de 2001) que lhe é muito querida. Não é exagero quando digo que mal Julian Casablancas começou a entoar a "Hard to Explain" no último SBSR, David passou em revista os últimos 9 anos da sua vida. Da qual, os restantes Coronas têm o enorme privilégio de partilhar. Privilégio esse, que é difícil de explicar.



Um grande abraço,

JP
JG
HCP

O Escritor Fantasma


Tenho uma grande simpatia por Ewan McGregor que remonta a 1999. Foi no último ano do século XX que estreou "A Ameaça do Fantasma" - o primeiro filme da saga "Star Wars". O actor escocês interpretou nesse filme, e nos dois capítulos que lhe seguiram, a minha personagem favorita do universo criado por George Lucas - o Jedi gentleman Obi-Wan Kenobi. A partir daí segui com interesse a carreira de McGregor. Vi com agrado o seu desempenho em "Velvet Goldmine" e "Trainspotting" (vi ambos em VHS) , "Black Hawk Down" e "Big Fish".

Apraz-me dizer que "a força" tem estado com um dos actores contemporâneos mais versáteis. No seu mais recente filme, "The Ghost Writer", McGregor tem uma interpretação bastante competente, ao lado de um elenco de luxo donde se destaca o mui british Pierce Brosnan.

A película marca o regresso do realizador da obra-prima "O Pianista" aos grandes filmes. Para alívio de Roman Polanski, a estreia também coincide com a sua libertação da prisão domiciliária a que estava confinado desde finais de 2009.

Deste "The Ghost Writer" sublinho o twist final e as paisagens agrestes onde a história se desenvolve. Quanto ao conteúdo, nada de novo. Para quem seguiu com atenção as revelações da Guerra contra o Terrorismo, esta película é business as usual: tortura (e.g., waterboarding), voos secretos da CIA, teorias da conspiração e a subserviência do PM britânico aos interesses dos EUA e das empresas de armamento. Adam Lang (interpretado por Brosnan) é recalcado de Tony Blair, a secretária de Estado norte-americana é uma Condolezza Rice chapada (propositadamente, como é óbvio) e só falta mesmo um Bush a rogar "God bless America".

JP

22/07/2010

O Rei Ghob

Como toda a gente sabe Portugal neste momento depara-se com uma crise de valores, uma crise financeira, uma crise imobiliaria, dificuldades no sistema judicial, e há já pessoas que querem privatizar o sistema nacional de saúde..meus amigos, e como diria o outro, caros concidadão ao nivel do mundo inteiro, eu nunca esperei dizer isto mas até no departamento do assasino em série estamos atrás dos paises mais desenvolvidos..Francisco o Rei Ghob é o seu nome e segundo os entendidos(não os Coronas, porque nós só percebemos de motores de tractores, de mácrame e de ponto de cruz(haviam de ver as colchas que o JG faz, todas bordadinhas em ponto de cruz com patinhos e ursinhos...é lindo))dizem que técnicamente nao é um assasino em série por não haver um padrão temporal(periodo de calma entre as mortes) nem um modus operandi comum às três mortes..mas mesmo assim ver os seus videos é impressionante..vão desde sessões esclarecimento sobre o fim do mundo, a crueldade com animais e imagine-se..à dança do creu..

Barra da Costa( antigo inspector-chefe da judiciaria) habitual convidado do programa da manhã na tvi diz que este homem, Francisco Leitão é o Charles Manson português..não sei se esse paralelismo pode ser feito..e o Barra da Costa vai-me ter que desculpar mas desta vou ter que discordar dele..mas parece-me a mim dificil comparar Charles a Leitão..
Antes de mais pela patologia de cada um..depois pelos motivos do crime..Charles era líder de uma seita que se declarava anti-humanidade, com rituais próprios e matou muito mais pessoas que Leitão.
Leitão era na minha opinião um parvo que fazia videos para por no youtube para impressionar pessoas fragilizadas e carenciadas e que matou unicamente por motivos passionais.

Não porei links nem post para videos quer de um, que de outro pelo respeito que este assunto merece, mas é triste pensar que há pessoas que nos tempos que correm são susceptiveis de serem persuadidas a acreditar em homens detestaveis como este, que num pais decente com um sistema penal decente e um conceito de sistema prisional diferente estariam lá muito mais que 25 anos, pana máxima que nunca é cumprida.

HCP

Nada, nada, nada

Com os portáteis, calculadoras, calhamaços (e afins) à frente do nariz mas com a praia no horizonte. As férias estão ao virar da esquina, e todos sabemos o quanto custam a passar estes últimos dias de trabalho...
Fica aqui uma motivação extra: Swim (To Reach the End) dos Surfer Blood. Uma grande canção, da banda que lançou um dos melhores albúms de 2010.



JP

21/07/2010

Rock

O rock como se sabe é para todas as idades...mas o Country Joe Mcdonald dá uma lição..

Country Joe Mcdonald em 1969:


Country Joe Mcdonald em 2007:



Fuck!! it still sounds prety nice...

HCP

19/07/2010

O Fim-de-Semana foi dos Vampiros

No 2º dia do Super Bock Super Rock levantou-se, novamente, uma nuvem de pó no Meco. Os principais culpados? Estes senhores aqui em baixo:



JP

Em Busca do Tempo Perdido


Após 40 dias sem acesso doméstico à Internet, sinto que devo alguns posts ao nosso blogue.

Durante este tempo não deixei de ler, ouvir música e ver filmes e séries. Em certa medida, até tive mais tempo para me dedicar à cultura, pois a Internet leva-me a desperdiçar muito tempo em pesquisas bizarras na Wikipedia (e.g., as dimensões de um míssil balístico V2) ou na busca de vídeos "virais" no Youtube (e.g., o panda bebé que espirra - tão giro).

A leitura do excelente Wolf Hall de Hilary Mantel, funcionou como uma autêntica madalena proustiana. Avivou o meu interesse sobre a Inglaterra da dinastia Tudor, levando-me mesmo a rever a série com o nome desta dinastia. Como diria um colega nosso, Os Tudor são a forma refinada de uma novela sul-americana. Com isto ele quer dizer que tem lá de tudo: paixões, ódios, mentira e coragem. É ainda digna de registo a oposição demarcada, tanto no livro como na série, entre dois grandes vultos da História, Thomas Cromwell e Sir Thomas More. Curiosamente, Hilary Mantel decidiu mostrar-nos um Cromwell humanizado, algo inédito, e que vai contra aquilo que para mim sempre foi uma verdade absoluta: o homem era um demónio. Talvez seja esta capacidade, em fazer-nos ver algo por outro prisma, que determina a qualidade de um(a) ficcionista. Por conseguinte, devo dizer que a atribuição do Man Booker Prize 2009 a Mantel foi absolutamente merecida.


JP

12/07/2010

Não, Não sou um sonhador apaixonado!!!

Li isto aqui há 2 dias atrás. E hoje quando acordei fui lá outra vez.
Sofro porque existem pessoas que entram nos meus sonhos enquanto durmo.

Uma delas há já 10 anos que me aparece no sono.
Estes sonhos perturbam-me porque alteram os meus sentimentos.
Quando eu sonho perco a razão e sinto coisas que não quero.
Não quero acordar a gostar dela.
Nem a querer abraça-la. Nem a sorrir.
Esse é um erro antigo.
Não quero regredir.

Quando amo alguém faço-o para sempre.
Mas por várias razões sempre sou obrigado a descontinuar o amor.
Isso é muito triste.

Vou ter de ganhar coragem e aceitá-la também nos meus sonhos, para sempre...

Bruno Morgado


JG

03/07/2010

01/07/2010

A whiter shade of pale.

Texto do professor Júlio Machado Vaz.


Para lá da morte do ruído e antes do silêncio da morte há um bar. O empregado é mudo, evidentemente. A máquina de discos está avariada e a banda rock não apareceu porque a carrinha teve um furo. (Os copos não tilintam por mera delicadeza...). Como vês, trata-se do lugar perfeito. Bebe um trago, esgota a exaustão e pensa. Depois decide se recuas ou vais em frente, mas não percas demasiado tempo - a diferença não é assim tão grande, acredita. Lança a moeda ao ar, se preferes acreditar em sorte ou acaso. Mas não a deixes cair!, perdoo tudo menos o mais raquítico dos barulhos. Shhh..., incluindo o das palavras, sacana mentiroso e inútil, faltam-lhe demasiadas cores na paleta para aflorar o sentimento.


DP

29/06/2010

Band of Skulls - "Death By Diamonds and Pearls"




A minha avaliação:

Som: 17
Música:16
Estilo:16
Atitude:18
Videoclip:15

Obs:
Quando os ouvi pela primeira vez pensei que eram os White Stripes;
Grande solo de guitarra;
Uma banda a seguir, ainda vai dar muito que falar.
Deles também recomendo: "I Know What I Am".


DP

27/06/2010

Summertime

“Sou o escuro” é à conclusao que Os Velhos chegaram. Sou o escuro é à conclusão que chego. É chegar a casa às 4 da manhã e perceber que “somos animais” e que é este roque que nos faz andar na rua mais calma ou na rua (mais) escura da cidade. São balões no ar e lanternas de papel nas fachadas das casas. É o cheiro a sardinha, a noite quente e o rio. É a cerveja, as saias curtas e os cabelos compridos. As tardes quentes e a selecção. É Thomas Mahn a dizer pela voz do Senhor Castorp: “As festas do solstício! O solstício de Verão! Acendem-se fogueiras na montanha e dançam todos de mão dada à roda das labaredas.”




JG