31/12/2010

O Livro de 2010


A história da América na segunda metade do Século XX. Conspirações, guerras, lixo nuclear, máfia, o sonho americano, JFK, J. Edgar Hoover, Frank Sinatra, Marilyn Monroe, basebol. Uma conclusão que nos deixa a meio do caminho entre a esperança e o desespero: paz.

JP

Que imagem....

O ano está no fim. Amanhã o ano é o outro, não querendo dizer que a vida vai ser outra, ou que os propósito serão outros. Não. As ideias estão cá dentro na mesma, os objectivos continuam os mesmos. Logo, por altura das passas, os desejos, vão continuar os mesmos, os propósitos iguais aos de ontem, aquando das “passas” no cachimbo, em frente ao Mosteiro. Se para o ano, esta imagem se repetir, já me dou por contente. Que imagem! 3 rapazes, cheios de ideias e sonhos a fumar cachimbo, sentados nos bancos de jardim do parque, com o Mosteiro como pano de fundo. Podia ser o início ou o fim de um grande filme.


JoãoG

26/12/2010

Venha Outro

Fazendo uso do vernáculo de James Ellroy, este ano foi para mim uma "wild ride". Estou grato de puder ter ouvido grandes álbuns, ter visto presenciado ao vivo grandes concertos, ter lido grandes livros e de ter visto grandes filmes. Acima de tudo, agradeço o facto de ter tido a oportunidade de conhecer novas e interessantes pessoas e de ter aprofundado a amizade com muitas outras. Se em 2010 a palavra mais utilizada em todo o Mundo foi a malfadada austeridade, no meu caso em particular foi a palavra mudança que mais se apropria ao título de zeitgest anual. Mudança no estatuto social: de trabalhador-estudante, passei a simples trabalhador; Mudança no estatuto profissional: de trabalhador a tempo parcial, passei a trabalhador a tempo inteiro; Mudança no gosto musical: de Arcade Fire-céptico, passei a Arcade Fire-entusiasta. No auto rádio experimentei novos companheiros de viagem: Beach House, Deerhunter e Surfer Blood passaram a fazer parte do cardápio musical. No leitor de DVD aventurei-me na língua alemã: "O Laço Branco" e "A Vida dos Outros" passaram à categoria de filmes imperdíveis. Estas mudanças, ainda que poucas, são contra-balançadas pelas minhas preferências de sempre: Cormac McCarthy está de volta à minha mesa de cabeceira ("Belos Cavalos" foi recentemente republicado), não passo mais de dois dias sem ouvir uma música dos The Strokes, nem deixo de rever o "Annie Hall" e o "Manhattan" de Woody Allen. O que também não mudou foi a minha admiração pelo espírito crítico da blogosfera portuguesa, tendo ao longo deste ano visitado e revisitado blogues imensamente criativos: podem atestar isto mesmo na coluna à direita.

Bem, não interessa que filmes vos deixaram com uma lágrima no olho ou com um sorriso nos lábios, ao som de que músicas é que dançaram, ou que livros vos levaram numa viagem. O que interessa é que tenham feito exactamente todas estas coisas.

JP



20/12/2010

Blur 2011





Só para avisar que os Blur podem estar a agendar um regresso aos álbuns em 2011. Segundo declarações de uma fonte não identificada ao jornal The Sun, a banda já tem marcado estúdio para Janeiro e o disco poderá sair no final do próximo ano.

David P

14/12/2010

Boas Surpresas.




Uma das bandas que me surpreendeu este ano foram os Jenny & Johnny. Pude ver esta banda a actuar ao vivo na 1ª parte dos Vampire Weekend no Coliseu do Porto e fiquei verdadeiramente rendido a este grupo de Los Angeles.
David P

12/12/2010

Sobre a Exclusão

Não me poderia despedir de 2010 sem fazer uma breve menção a um pequeno e maravilhoso livro que descobri este ano. Falo acerca de "Sempre Vivemos no Castelo" de Shirley Jackson. Li-o numa viagem que me levou do Porto a Mina de S. Domingos (concelho de Mértola), e graças a ele compreendi algo mais sobre a exclusão.

Esta obra, editada em 1962, centra-se na vida de Mary Katherine "Merricat" Blackwood, uma jovem de 18 anos que vive numa pequena vila dos Estados Unidos juntamente com a sua irmã mais velha, Constance, e com o seu tio idoso, Julian - os únicos que sobreviveram ao trágico envenenamento da família Blackwood. Os primeiros parágrafos consistem numa apresentação, distante dos cânones e na primeira pessoa, de Merricat, uma jovem no mínimo peculiar. Acompanhamos Merricat numa das suas idas semanas à vila, e cedo nos apercebemos que a maioria dos habitantes da vila há muito tempo que excluiu os sobreviventes da família Blackwood daquilo que vagamente designamos de comunidade. Muitas questões despontam sobre as razões que levaram a esta ostracização, e é este mistério que funciona como fio condutor da narrativa. Para além da estória, contada de uma forma magistral por Jackson, é de sublinhar a componente moral desta obra escrita nos anos pós Segunda Guerra Mundial. A autora consegue sublimar para o papel o sentimento de hostilidade dirigido aos intelectuais, e aos judeus, que a própria sofreu aquando da sua mudança para o meio rural norte-americano (estado do Vermont).

Actualmente, em Portugal, talvez vivamos uma situação parecida, só que no nosso caso é a crescente desertificação do Interior que coloca quem ainda vive nas aldeias numa situação de exclusão. Entre o Porto e Mértola tive a oportunidade de ver desfilar diante dos meus olhos um país de contrastes. A paisagem ia-se modificando à medida que eu descia pelo Litoral do país, mas foi somente quando deixei a costa e fui para o Interior que me dei conta da disparidade entre estes dois mundos. Más estradas e infraestruturas públicas, baixa densidade populacional e uma insuficiente rede de apoio social, a par com o demarcado envelhecimento da população, fazem de muitas aldeias locais de solidão. O meu coração, neste Natal, está com todos aqueles que sobrevivem no abandono.

Christina's World de Andrew Wyeth


JP

11/12/2010

Nos dias que correm as massas é que mandam, a expressão da individualidade é algo complicado.
No outro dia disseram-me que a emergência das redes sociais em que pessoas publicam as suas músicas favoritas, falam sobre os seus filmes favoritos, dizem o que vai de mal no seu pais e fazem uma piadola sobre o resultado do seu clube de futebol é uma ferramenta para esta afirmação de personalidade e individualidade.
Eu, que percebo muito pouca coisa sobre muito pouca coisa, discordo, a expressão da nossa individualidade através de coisas que outras pessoas idealizaram, pensaram e fizeram parece-me estranha.
Estou sentado num café cheio de fumo em que a idade media dos seus clientes é de 61 anos, fala-se ao longe do estado das estradas e ve-se o jogo da bola num sabado descomplicado enquanto se bebe cerveja e vinho espirituoso..o estranho é que mesmo estando num sitio que não me diz nada..quer dizer estou aqui sozinho a fumar o meu cigarro e a beber algo que nao devia estar a beber..e mesmo assim nao há outro sitio onde preferia estar..

escrevi isto sem o mínimo cuidado com a acentuação..foi de preposito, é aquilo da expressao da individualidade..isso ou não quis tar com o trabalho!

06/12/2010

Um Ano à Coronas

O nosso blogue faz hoje um ano de vida. Foi um bom ano para Os Coronas. Da minha parte confesso que criar este blogue juntamente com os meus três melhores amigos, foi uma das melhores coisas que me aconteceram. Nem sempre fomos muito prolíferos, nem sempre fomos politicamente correctos, mas fomos sempre sinceros nas nossas opiniões e nos sentimentos que expressamos. Desejamos permanecer sempre sinceros, e esperamos acima de tudo permanecer gratos a todos os nossos amigos e leitores que nos acompanharam ao longo destes 365 dias.


Se a única oração que um homem fizesse em toda a sua vida fosse apenas dizer "Obrigado", isso seria o suficiente.

Obrigado,

JP

Ao 1º Domingo de Dezembro

Não consigo. Não dá. Já foi à tanto tempo que até perdi a conta. Está a ser dificil, e as noites longas perdidas em filmes e música não ajudaram. Lá se meteu um Gabriel Allon acabado de sair e encosta-se este. Mas boas noticías. Caro Thomas, a tua Montanha Mágica e o teu querido Hans Castorp estão a conseguir cativar-me (eu sei que esta chuva ajuda) e o fim -seja lá o que isso for- está a chegar…

JoãoG