Foram 6 longos anos de espera pelo novo álbum dos Queens of the Stone Age. Desde 2007 que assistimos a um mundo em constante mudança, por vezes a uma velocidade estonteante. Sentimos a vertigem, nunca tão perto. Também na vida de Joshua Homme muita coisa mudou. Uma operação ao joelho quase "deu para o torto" em 2010. Homme esteve face a face com a morte e foi-lhe concedido mais tempo. "...Like Clockwork", título apropriado para um disco tão aguardado e que chega no momento certo. Nele temos uma reflexão sobre a mortalidade, a amizade, a fé... Sobre tudo o que importa na vida e que só começamos a valorizar quando nos encontramos em situações-limite, cujo exemplo paradigmático é a morte. Ouvimos, num trago, as 10 faixas que o compõem . Tivemos que o ouvir uma segunda vez. O veredicto é simples: estamos perante um álbum coeso, onde não há música para "encher chouriços", nem para se perder na espuma dos dias. Não faltam os riffs, nem a percussão certeira de 3 grandes bateristas (Castillo, Grohl e, mais recentemente, Jon Theodore). As letras têm uma profundidade nunca antes conseguida pela banda, a produção é irrepreensível . A participação de grandes nomes da música (Alex Turner, Elton John) pouco acrescenta a "...Like Clockwork", pois a música do quinteto fala por si. Ainda assim, é bom saber que o ex-baixista, ex-"loose cannon" da banda, Nick Oliveri (gravou algumas backing vocals), está em bons termos com Homme. Vamos ao ponto de afirmar que as faixas "I Sat by the Ocean", "If I Had a Tail" e "I Appear Missing" figuram entre as melhores que os QOTSA já criaram. Em suma, "...Like Clockwork" marca o regresso de uma grande banda e presenteia-nos com uma brilhante síntese de rock meets sexy and smart.
Deixamos aqui uma amostra daquilo que uns quantos sortudos, a 20 de Julho (no SBSR), poderão apreciar ao vivo:
JP
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