28/12/2011

(Mais) uma canção para fechar 2011



JP

Na prateleira


JP

O ano em revista

Julgo que neste ano a minha geração (os nascidos no final da década de 80) apercebeu-se que o período de relativo bem-estar económico, vivido até há poucos anos atrás, está a esfumar-se rapidamente. Sem cair em profecias catastróficas, dei por mim a pensar sobre as consequências do fim da moeda única, do regresso ao escudo, da capacidade do país em reduzir a despesa do Estado, reduzir o défice, pagar a dívida e fazer crescer a economia. Deste pensamento até à tomada de consciência de que devia ler mais sobre isto foi só um passo. A verdade é que somos inundados por teses e cenários todos os dias. Em cada português parece existir uma costela de opinion maker, o que dificulta a tarefa de quem quer separar o trigo do joio, isto é, de quem quer pôr ambas as mãos à volta de informação fidedigna.

O que me vai ajudando a manter os pés no chão são as preocupações ao nível comunitário, sem cair no bairrismo. Talvez seja esta - a preocupação com o vizinho, o nosso próximo.
- uma parte da solução para alguns problemas da nossa sociedade.

Entretanto fui tentando ler bons livros, ver bons filme e ouvir música. Não, estes não são instrumentos de alheamento, face aos acontecimentos difíceis que temos vivido. Pelo contrário, a cultura também nos ajuda a sermos mais humanos.

JP

Uma canção para fechar 2011



JP

06/12/2011

A primeira semana de Dezembro #3

Hoje e amanhã, B Fachada, vai andar pelo Porto. No Meco, depois do concerto dele, só tinha vontade de me sentar a escrever e a compor. Os lamúrios e as músicas de engate parecem demasiado fácil. Amanhã estamos lá para ver se a vontade ainda é a mesma.



JoãoG

A primeira semana de dezembro #2

Das baterias duras e pesadas do roque d'Os velhos, para as batidas electrónicas pop fixe em português. Aqui está Lucas Bora-Bora.


JoãoG

A primeira semana de Dezembro #1

Os Velhos, o branco, a simplicidade do vídeo, e a grande música que é À minha Alma.



JoãoG

A primeira semana de Dezembro - Prólogo

3 coisas a ter em conta.
Novo teledisco d'Os velhos. O disco do Lucas Bora Bora. E B Fachada amanhã no Porto.

JoãoG

17/11/2011

Mais uma época

Ainda não falei deste regresso às aulas. Um ano depois de ter saído, voltei à vida de livros e laboratórios. Este último ano foi o chamado ano sabático. Ajudei a fundar uma associação de solidariedade, a organizar um concerto de Rock, outro de Gospel, trabalhei, animei mais um campo de férias e fui “convidado a sair” de outro. Li alguns livros, vi muitos filmes, ouvi muita música - vi os Arcade Fire e The Strokes ao vivo - tomei muitos cafés na esplanada do costume, tive reuniões no escritório da cave mais fixe de St Tirso e fiz o jantar de aniversário de um amigo para outros 7. Foi um ano especial. Senti-me muitas vezes um bocado inútil é verdade. Mas ao fazer este balanço, até parece que ocupei o meu ano com imensas coisas.
Isto tudo porque amanhã começa mais uma época de exames.

JoãoG

21/10/2011

Sobre a arte de viajar.

“(…) Um dia, numa espécie de devaneio, vi-me chegado à porta do céu, após esta vida, e S. Pedro a interrogar-me. Com modo afável perguntou-me: «E que te pareceu o Japão?»

-«O Japão? Eu vivi na Inglaterra!»

-«Mas o que fizeste de todo o tempo de que dispunhas, nesse mundo de maravilha, com todos os seus cenários de beleza e locais interessantes, ali postos para vossa edificação? Desperdiçaste o tempo que Deus te deu para aproveitar?» E por isso não tardei a ir ao Japão.

Sim, o que incomoda muita gente no fim da vida é que só então vêem as coisas na sua verdadeira perspectiva, e reconhecem demasiado tarde que malbarataram o tempo, que o gastaram em coisas que nada valiam.

(…)

Quando saí da escola, achei-me, por assim dizer, num quarto escuro, e a educação que recebera era como que um fósforo aceso que me fazia ver como o quarto era escuro, mas também que havia uma vela que podia acender-se com o fósforo e servir-me para doravante me iluminar o quarto.

Mas era apenas um quarto neste mundo de muitos quartos. Comvém examinar os outros quartos, ou seja, os modos de vida das localidades vizinhas ou doutros países, e ver como as gentes ali vivem.

Poderás descobrir que, embora o teu quarto te pareça escuro e lúgubre, há meios de nele admitir mais Sol e de melhorar a perspectiva, se quiseres recorrer a eles. (…)“



Retirado de “A caminho do triunfo”

de Baden-Powell, fundador do escutismo


David Pinheiro

14/09/2011

O Epílogo do Verão



JP

O nosso lado Woody Allen

As pessoas que eu mais gosto partilham uma característica em comum: um lado Woody Allen. Neuróticos, desorientados, engraçados, românticos inveterados e apaixonados pelas coisas simples da vida, só para nomear algumas virtudes. Eu próprio, desde que vi o primeiro filme do Woody, identifiquei-me com a sua persona (ou será que ele faz dele próprio?), com a sua inocência, com a sua nostalgia e com o jeito atrapalhado com que ele lida com o género humano. Ainda hoje, Woody Allen é tema recorrente entre amigos, muitos dos quais têm uma costela woodyodesca bem acentuada. Não deixo de sentir que os seus filmes são uma espécie de homenagem a quem, como nós, ainda gosta de rir.


JP

07/09/2011

Músicas do Caraças III



Bon Iver - Lump Sum - A Take Away Show


David Pinheiro

Lições de Vida.



Rocky Balboa: " Let me tell you something you already know. The world ain't all sunshine and rainbows. It is a very mean and nasty place and it will beat you to your knees and keep you there permanently if you let it. You, me, or nobody is gonna hit as hard as life. But it ain't how hard you hit; it's about how hard you can get hit, and keep moving forward. How much you can take, and keep moving forward. That's how winning is done. Now, if you know what you're worth, then go out and get what you're worth. But you gotta be willing to take the hit, and not pointing fingers saying you ain't where you are because of him, or her, or anybody. Cowards do that and that ain't you. You're better than that!"


David Pinheiro




02/09/2011

12 dias de

Lenços na cabeça a segurar cabelos não domados. Barbas por cortar. Calções rasgados. Chuva, lama e pés descalços. O rio e o campo, juntos como sempre. Miúdos sujos de lama. A noite e o escuro. O roque en Role em tudo o que se fez. Os anos 70 foram na semana passada..



JoãoG

02/06/2011

In dirth or in excess
Both the slave and the empress,
Will return to the dirt I guess.

A Árvore da Vida, de Terrence Malick, convida-nos a colocar as nossas vidas em perspectiva. A criação do Universo concorre em paralelo com o micro-cosmos de uma família texana nos anos 50. Duas grandes epopeias num só filme. É sem dúvida um projecto arrojado que nos permite reflectir sobre a relatividade, as coincidências, o destino e sobre os valores universais do Homem.

Um tema que me tem consumido nos últimos tempos é a dor. A dor de alguém parece-nos ínfima, facilmente abafada pelo ruído do mundo e aparentemente irrelevante para o curso da História. No entanto, existem pobres pecadores que retiram um sentido do sofrimento. A verdade é que no momento em que a nossa fragilidade humana se mostra mais transparente, um resplendor divino se acende no nosso interior.

25/05/2011

PRO ROCK SOLIDÁRIO 2011


No próximo dia 4 de Junho, Os Golpes, Os velhos e os Efeito Zero, irão actuar na 1ª edição do PRO ROCK SOLIDÁRIO, em Santo Tirso.

A PISTA- Plataforma de Interacção Social Tirsense Activa, associação de solidariedade, é responsável pela organização deste espectáculo no qual a totalidade dos fundos irá reverter a favor da CAID, Cooperativa de Apoio a Integração do Deficiente, associação sediada no concelho de santo Tirso.


A Escola Agrícola de Santo Tirso, acolherá este concerto de beneficência, para o qual as bandas gentilmente prescindiram do seu cachet imbuídos no espírito de ajudar esta nobre causa. O espectáculo terá inicio as 21h30m de Sábado, com as portas a abrirem as 20h30m.


18/04/2011

Diário pt.1.

Eu tenho uma especie de diário..no qual escrevo de muito longe a longe, talvez seja um mensário.. Escrevi no mensário quando entrei na faculdade, escrevi no mensário quando conheci alguém especial, escrevi no mensário quando arranjei o primeiro emprego, escrevi no mensário quando li um grande livro e disse, eu quero ser igual a esta pessoa.. No mensário também fiz planos e disse, daqui a 1 ano vai ser assim..nunca acertei! A vida é o que acontece enquanto se fazem planos, e assim aconteceu, a vida..

09/04/2011

Prémio Roque éne Role 2011

Charlie Sheen está permanentemente sobre o efeito de uma droga: Charlie Sheen. Charlie Sheen não tem nenhuma banda, nem actua a solo, simplesmente encarna o Roque Éne Role. Pois o Charlie tem "sangue de tigre", "ADN de Adónis", é uma "estrela do Roque vinda de Marte" e limita-se a ganhar sempre e em todo lado. Épico.

JP

Sidney Lumet


Eu cresci a ver filmes do Sidney Lumet. Com eles aprendi que as ruas de Nova Iorque são tão deslumbrantes como impiedosas, que por amor podemos cometer o actos mais desesperados, que por ganância trilhámos caminhos de infelicidade. Sidney Lumet trabalhou com grandes actores, realizou filmes com personagens de carne e osso, em "três dimensões" e com alma. Em alguns casos deixou-nos lendas, lembre-mo-nos de "Serpico". É mais um dos grandes cineastas que deixa atrás de si um legado de grande acutilância crítica. No seu último filme, "Before the devil knows you're dead", apresenta-nos a cartilha dos pecados humanos, de tudo o que é errado, injusto, obsceno (não, não me refiro à bela Marisa Tomei) e vil no Mundo. Nesta grande película, não conseguimos empatizar com nenhuma das personagens, quanto mais simpatizar com alguma delas (excepção feita à da Marisa Tomei), contudo ficamos presos ao ecrã, enreda-mo-nos na história. Isto é a arte da vida, isto é cinema, e o Sidney Lumet era um mestre.

Descanse em paz.

JP

06/04/2011

Ouvir Samuel Úria é como ver Nanni Moretti

Seja quando um grita e o outro prolonga a nota mais do que o normal, ou quando um chora a morte do filho e o outro canta uma Lamentação.


JoãoG

30/03/2011

Em contagem decrescente

Concerto Os Golpes + Os Velhos + Efeito Zero
04 Junho 2011 às 21:00
PISTA – em beneficência do CAID | Escola Agrícola Conde de S. Bento, Santo Tirso
daqui a 65 dias e 21:53 horas.

Venham ouvir e ver, cantar e dançar, todos.

24/03/2011

Mais um ponto para Don Delillo

Censos 2011

Algumas perguntas que deveriam constar no questionário dos Censos 2011 e que, previsivelmente, não foram incluídas:

1) Qual é o seu clube de Futebol?

2) Prefere José Saramago ou António Lobo Antunes?

3) Se ganhasse os 133 milhões de euros que estão em jogo no Euromilhões da Semana 12, qual seria a sua primeira compra milionária?

4) É uma "cat person" ou uma "dog person"?

5) Está registado no Facebook?

06/03/2011

Carnaval: dancar, dançar, dançar

127 Horas

O que eu aprendi com o filme que retrata as horas mais dramáticas na vida de Aron Ralston:

1) A água é mais preciosa que a cerveja, ainda que por vezes não admitamos este facto;

2) Ao comprar um canivete não se pode olhar só ao preço. A qualidade da lâmina deve ser o factor determinante na escolha;

3) Avisar a família, ou os amigos, quando se empreende uma viagem para nenhures é da maior pertinência;

4) A decisão de cortar o próprio braço, em circunstâncias semelhantes às vividas por Ralston, é tomada após cerca de 127 horas;

5) Este filme tira-nos a vontade de ouvir os Rolling Stones por um tempo (ainda) indeterminado;

6) Aron é um homem corajoso, tendo demonstrado uma frieza incrível face à necessidade de realizar uma auto-cirurgia estilo "amputação como nos tempos das Guerras Napoleónicas";

7) Os dois melhores filmes de Danny Boyle têm números nos seus títulos: "28 Dias Depois" e "127 Horas";



28/02/2011

Da Justiça


Colin Firth é um cavalheiro, e a hora dos cavalheiros vem sempre.

JP

Fartaram-se

Os primeiros a fartarem-se foram os Tunisinos. Seguiram-se os Egípcios, Iemenitas, e agora os Líbios. Estes povos fartaram-se da falta de liberdade, do constante atropelo aos direitos humanos, da opulência de uns poucos e da miséria da maioria. Enquanto que os governos corruptos caem, não deixo de temer pela ressaca das revoluções. A balança política e social poderá pender para a democracia ou para uma outra qualquer forma de tirania. Esperemos então que os povos do Norte de África e do Médio Oriente estejam tanto fartos da injustiça, como sedentos de paz.
Que assim seja.

JP

14/02/2011

Que Inglaterra estremeça

PJ Harvey é digna de ser admirada. O seu percurso é facilmente resumido: de bad girl, passando por indie girl até ter atingido o seu estado actual de badass girl. PJ arriscou sempre. A sua carreira é pautada pela sua grande criatividade como letrista, bem como pela sua postura de roqueira sem dó nem piedade. PJ gravou grandes álbuns. Os seus dois primeiros discos "Dry" e "Rid of Me" são um contraponto ao brit pop do início dos anos 90, ao explorarem os recantos mais sombrios da mente humana, tal como os Radiohead o fizeram. Noutros discos, como "Stories from the City, Stories from the Sea", somos surpreendidos com uma Polly Jean mais optimista. Contudo, o meu registo favorito de PJ Harvey está incorporado "Uh Uh Her". Guitarras, reverberação e influências do desert rock - em parte cortesia de Joshua Homme e companheiros, aquando da gravação de uma "Desert Session" em 2003, na qual PJ participou. Agora temos este "Let England Shake". Pelo que já ouvi, concluo: PJ não nos para de surpreender. Ah, e tem ainda muita pinta.



JP

07/02/2011

Hino ao meu Fim-de-Semana Passado

Sol, boa companhia, e excelentes notícias no que toca à gestão da minha Família, SA.
Que mais posso desejar? Talvez que a Natalie Portman venha a ganhar o atlético, musculoso e reluzente Oscar. O "Cisne Negro" sustenta-se no portentosa interpretação desta actriz. E, já que estamos em altura de formular desejos, que os Queens of the Stone Age venham actuar no Super Bock Super Rock este ano. Talvez esteja a pedir de mais. Bem, já não é mau quando temos na perspectiva mais um fim-de-semana idílico, na companhia dos Smith Westerns, entre outros ilustres.



JP

p.s.: Senhor assaltante de veículos motorizados, devolva-me o meu rádio por favor. Se amanhã o deixar no mesmo sítio onde hoje o meu carro estava apartado fico-lhe muito grato. Obrigado.

06/02/2011

18/01/2011

Ágape, Agonia

Depois de ter visto o "Somewhere" tive de fazer uma pausa no consumo de cinema. Os filmes de Sofia Coppola levam-me ao desespero, pois no meu íntimo acredito que ela me rouba os pensamentos melancólicos que vou tendo amiúde. Algures a sorte de Stephen Dorff, da escolha da banda sonora e da decisão em filmar no mítico Chateau Marmont, encontraram-se e, para nossa sorte, resultaram num filme magnífico.

O intervalo terminou. O "Never Let Me Go" está à espera.


JP

09/01/2011

Algures entre o fixe e o triste.

Começamos assim: vemos um homem sozinho no meio da estrada.
Há um hotel (há sempre um hotel, Sophia), cerveja e mulheres. e o Sol, aquele Sol.
Depois aparece a filha e entram os Strokes.


Esta música, aquele Sol, naquela piscina com o pai e a filha a brincar são certeiros.
Acabamos assim:



vemos um homem, sozinho no meio da estrada e isso faz todo o sentido.

e não, não vou falar do Lost in Translation..
JoãoG