Dexter Filkins pertence àquela categoria de homens com "tomates", da qual o fotógrafo João Silva também faz parte. Perdoem-me o calão, mas à falta de melhores palavras escrevo a mais sincera. Ao ler o seu "Guerra Sem Fim" senti-me pequenino. Pequenino por dar comigo a pensar que não aguentaria testemunhar a morte, o absurdo da guerra, o horror. Pequenino por dar comigo a pensar que dificilmente trocaria o conforto do meu lar por uma casa de lama no Afeganistão, ou por um prédio devoluto no Iraque para relatar duas longas guerras. Questionei-me sobre as motivações por detrás da perigosa profissão que Filkins escolheu e cheguei a uma conclusão. Para este jornalista, a verdade, a liberdade e a dignidade do ser Humano suplantam a comodidade, dão-nos força na adversidade e sentido à vida. Para além da prosa certeira e da seriedade dos factos, o que é extraordinário neste livro são as pessoas nele descritas. No meio do turbilhão de violência conhecemos vidas de enorme coragem e determinação face às inúmeras adversidades. A vida destes Afegãos e destes Iraquianos, e a sua sede por liberdade foram para mim uma inspiração. A Filkins agradeço ter relatado a verdade.
Não sei quanto tempo mais vai durar a Guerra. O meu único desejo é que a Paz venha em nossos dias.
JP
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