Após 40 dias sem acesso doméstico à Internet, sinto que devo alguns posts ao nosso blogue.
Durante este tempo não deixei de ler, ouvir música e ver filmes e séries. Em certa medida, até tive mais tempo para me dedicar à cultura, pois a Internet leva-me a desperdiçar muito tempo em pesquisas bizarras na Wikipedia (e.g., as dimensões de um míssil balístico V2) ou na busca de vídeos "virais" no Youtube (e.g., o panda bebé que espirra - tão giro).
A leitura do excelente Wolf Hall de Hilary Mantel, funcionou como uma autêntica madalena proustiana. Avivou o meu interesse sobre a Inglaterra da dinastia Tudor, levando-me mesmo a rever a série com o nome desta dinastia. Como diria um colega nosso, Os Tudor são a forma refinada de uma novela sul-americana. Com isto ele quer dizer que tem lá de tudo: paixões, ódios, mentira e coragem. É ainda digna de registo a oposição demarcada, tanto no livro como na série, entre dois grandes vultos da História, Thomas Cromwell e Sir Thomas More. Curiosamente, Hilary Mantel decidiu mostrar-nos um Cromwell humanizado, algo inédito, e que vai contra aquilo que para mim sempre foi uma verdade absoluta: o homem era um demónio. Talvez seja esta capacidade, em fazer-nos ver algo por outro prisma, que determina a qualidade de um(a) ficcionista. Por conseguinte, devo dizer que a atribuição do Man Booker Prize 2009 a Mantel foi absolutamente merecida.
JP
Durante este tempo não deixei de ler, ouvir música e ver filmes e séries. Em certa medida, até tive mais tempo para me dedicar à cultura, pois a Internet leva-me a desperdiçar muito tempo em pesquisas bizarras na Wikipedia (e.g., as dimensões de um míssil balístico V2) ou na busca de vídeos "virais" no Youtube (e.g., o panda bebé que espirra - tão giro).
A leitura do excelente Wolf Hall de Hilary Mantel, funcionou como uma autêntica madalena proustiana. Avivou o meu interesse sobre a Inglaterra da dinastia Tudor, levando-me mesmo a rever a série com o nome desta dinastia. Como diria um colega nosso, Os Tudor são a forma refinada de uma novela sul-americana. Com isto ele quer dizer que tem lá de tudo: paixões, ódios, mentira e coragem. É ainda digna de registo a oposição demarcada, tanto no livro como na série, entre dois grandes vultos da História, Thomas Cromwell e Sir Thomas More. Curiosamente, Hilary Mantel decidiu mostrar-nos um Cromwell humanizado, algo inédito, e que vai contra aquilo que para mim sempre foi uma verdade absoluta: o homem era um demónio. Talvez seja esta capacidade, em fazer-nos ver algo por outro prisma, que determina a qualidade de um(a) ficcionista. Por conseguinte, devo dizer que a atribuição do Man Booker Prize 2009 a Mantel foi absolutamente merecida.
JP
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