Para ler nas férias de Natal.

Numa altura em que estamos de olhos postos em Copenhaga, local onde os chefes de Estado e Governo estão reunidos para discutir o combate às alterações climáticas parece-me ideal escrever sobre um livro de forte consciência ecológica, que trata de assuntos complexos e actuais, como a preservação do meio ambiente e que tenta incutir nos leitores valores de respeito pela natureza e pelas tribos índias sul americanas, que estão a sofrer directamente os efeitos e os danos causados pela desflorestação da floresta amazónica (responsável por 75% das emissões brasileiras de dióxido de carbono).

No “O Velho que Lia Romances de Amor” escrito por Luís Sepúlveda, o autor que dedica este livro ao activista brasileiro Chico Mendes, (assassinado por defender a floresta e os direitos dos índios da amazónia) oferece-nos quase que uma experiência sensorial que nos transporta para a selva, onde por momentos o leitor quase consegue sentir e cheirar o calor húmido da floresta.

Contudo este livro não vale só pelas magníficas descrições da selva amazónica, fala-nos também das aventuras e emoções vividas pelo velho José Bolívar Proaño, que tem como companhia para combater a solidão da floresta os livros de amor. Este através deles descobre a beleza da linguagem que o permite sonhar e viajar sem nunca sair da sua terra El Idílico.

José Bolívar Proaño detentor de um profundo conhecimento da fauna flora e das tradições tribais bem como do comportamento animal, inicia uma das mais espectaculares caçadas da literatura.

Este é um livro que vale a pena ler e reler, é de leitura rápida e fácil e chama a atenção para um problema tão actual como este que se tem vindo a discutir ultimamente, como o combate as alterações climáticas.

DP