Fazendo uso do vernáculo de James Ellroy, este ano foi para mim uma "wild ride". Estou grato de puder ter ouvido grandes álbuns, ter visto presenciado ao vivo grandes concertos, ter lido grandes livros e de ter visto grandes filmes. Acima de tudo, agradeço o facto de ter tido a oportunidade de conhecer novas e interessantes pessoas e de ter aprofundado a amizade com muitas outras. Se em 2010 a palavra mais utilizada em todo o Mundo foi a malfadada austeridade, no meu caso em particular foi a palavra mudança que mais se apropria ao título de zeitgest anual. Mudança no estatuto social: de trabalhador-estudante, passei a simples trabalhador; Mudança no estatuto profissional: de trabalhador a tempo parcial, passei a trabalhador a tempo inteiro; Mudança no gosto musical: de Arcade Fire-céptico, passei a Arcade Fire-entusiasta. No auto rádio experimentei novos companheiros de viagem: Beach House, Deerhunter e Surfer Blood passaram a fazer parte do cardápio musical. No leitor de DVD aventurei-me na língua alemã: "O Laço Branco" e "A Vida dos Outros" passaram à categoria de filmes imperdíveis. Estas mudanças, ainda que poucas, são contra-balançadas pelas minhas preferências de sempre: Cormac McCarthy está de volta à minha mesa de cabeceira ("Belos Cavalos" foi recentemente republicado), não passo mais de dois dias sem ouvir uma música dos The Strokes, nem deixo de rever o "Annie Hall" e o "Manhattan" de Woody Allen. O que também não mudou foi a minha admiração pelo espírito crítico da blogosfera portuguesa, tendo ao longo deste ano visitado e revisitado blogues imensamente criativos: podem atestar isto mesmo na coluna à direita.
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