A este texto do Henrique Raposo quero acrescentar, que infelizmente os católicos que tem dificuldades em lidar com o sexo, serem os mesmos a falar por todos os católicos em certas ocasiões.
I. Dizer-se que a pedofilia resulta do celibato dos padres parece-me abusivo. Os pais, primos e irmãos que violam as filhas, primas ou irmãs não são celibatários . O problema, repito, não passa pelo celibato. Mas esta questão da pedofilia leva-nos para a questão mais funda: a dificuldade que os católicos têm em lidar com coisas simples da vida, como o sexo. Como diz António Marujo, neste texto corajoso, existe uma relação demasiado crispada entre o catolicismo e o sexualidade. E isso reflecte-se em alguns dos actos incompreensíveis da Igreja, a começar pela recusa da contracepção. Fazer cruzadas contra o "preservativo" e contra a "pílula" faz pouco sentido. A coisa faz ainda menos sentido quando se sabe que a Igreja é das instituições que mais luta contra a SIDA em África. De que forma? Distribuindo preservativos. Na Europa, o tal "planeamento familiar", que compreende o uso de anticoncepcionais, faz parte do dia-a-dia de milhões de crentes, como é óbvio. Crentes, esses, que sentem um certo desconforto em relação à cegueira da Igreja neste ponto.
I. Dizer-se que a pedofilia resulta do celibato dos padres parece-me abusivo. Os pais, primos e irmãos que violam as filhas, primas ou irmãs não são celibatários . O problema, repito, não passa pelo celibato. Mas esta questão da pedofilia leva-nos para a questão mais funda: a dificuldade que os católicos têm em lidar com coisas simples da vida, como o sexo. Como diz António Marujo, neste texto corajoso, existe uma relação demasiado crispada entre o catolicismo e o sexualidade. E isso reflecte-se em alguns dos actos incompreensíveis da Igreja, a começar pela recusa da contracepção. Fazer cruzadas contra o "preservativo" e contra a "pílula" faz pouco sentido. A coisa faz ainda menos sentido quando se sabe que a Igreja é das instituições que mais luta contra a SIDA em África. De que forma? Distribuindo preservativos. Na Europa, o tal "planeamento familiar", que compreende o uso de anticoncepcionais, faz parte do dia-a-dia de milhões de crentes, como é óbvio. Crentes, esses, que sentem um certo desconforto em relação à cegueira da Igreja neste ponto.
II. Depois, além de não darem respostas "positivas" sobre estas questões, muitos católicos só aparecem para dar uma mensagem "negativa" sobre o aborto e o casamento gay. Como salienta António Marujo, é um pouco triste perceber que a vida, para muitos católicos, só parece ser importante quando se fala destes dois assuntos . A Igreja e os católicos em geral, atenção, fazem muito mais do que isto, vão muito além destes dois temas, e não merecem ser confundidos com uma minoria radical. Mas é essa minoria radical que, bem ou mal, acaba por "falar" pelo catolicismo junto da grande opinião pública.
III. Nada do que aqui é dito justifica os ataques à fé das pessoas. É inacreditável o raciocínio que por aí anda: "há padres pedófilos, logo, Igreja é corrupta, logo, essa fé é uma idiotice". Uma coisa é criticar a Igreja. Outra coisa é negar a legitimidade ontológica da Igreja e da fé. Uma coisa é criticar os católicos. Outra coisa é desumanizar os católicos.
DP
Sem comentários:
Enviar um comentário